Como reconhecer um texto escrito pelo ChatGPT?

Ronald Villardo
2 min readJan 29, 2023

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Um dos assuntos mais assustadoramente divertidos da semana é a popularidade do ChatGPT, um mecanismo de inteligência artificial capaz de manter diálogos e produzir textos provavelmente melhores do que este. (Leia mais: shorturl.at/ghBW6). Eu sei, neste caso nem é tão difícil assim, mas o ponto é que o ChatGPT — felizmente ainda não batizado com algum nome feminino — já me provou ser excelente redator de textos sobre temas variados, consultor para questões sobre gramática e filosofia, e me deu até algumas dicas para emagrecer.

O que é mais gostoso no relacionamento com o ChatGPT é que ele não se parece com uma inteligência artificial do tipo com o qual estamos acostumados. É bem próximo ao HAL, de “2001”, com toques de “M3GHAN”, a boneca assassina em cartaz nos cinemas. Assim como seus pares da ficção, os mecanismos de inteligência artificial desafiam a superioridade humana. Até que ponto somos capazes de discernir um texto produzido por AI de um texto redigido por um humano?

A resposta talvez esteja no ditado popular “boi preto conhece boi preto”. O ChatGPT foi lançado pela OpenAI no final do ano passado, mas nerds de todo o planeta já se debruçaram sobre o desafio de desbancar o bot. Pelo menos até agora, alguns já conseguiram. Testei o DetectGPT, que oferece uma extensão para o Google Chrome. Não funcionou. O programa não reconhecia nenhum dos textos que colei. Era como se não houvesse texto algum no campo. Testei os mesmos textos no website aiwritingcheck.org. E a resposta foi certeira nas quatro vezes em que colei textos produzidos por humanos ou pelo ChatGPT.

Desnecessário dizer que o teste que fiz não tem nenhuma validade científica, sendo produto de mera curiosidade acerca deste admirável mundo novo que nos cerca. Recomendo que o leitor amigo faça seus próprios testes.

Além do ChatGPT, o Google promete lançar logo logo o LamDA, seu próprio projeto de inteligência artificial. Quem acompanha este noticiário deve lembrar que um dos engenheiros envolvidos com o projeto do gigante da big tech o abandonou no ano passado. O motivo: o robô teria adquirido o estado de senciência, tornando-se, portanto, um ser consciente de sua própria existência.

Exagero ou não, mal posso esperar pelos próximos capítulos deste filme de terror cujo roteiro começa a ser escrito. Estamos apenas no teaser-trailer.

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