Elizabeth II, a última rainha

Monarquia não é coisa de Deus. Ainda que monarcas defendam o direito divino para exercê-la, não há nada de celestial na detenção deste poder sem sentido e deslegitimado. Ainda assim, quem há de dizer que Tia Beth, aka Rainha Elizabeth 2, reina sem o apoio dos seus súditos? Basta abrir os jornais desta quinta-feira para perceber que a hashtag do dia será #somostodosElizabeth.
Aos 96 anos, uma das mulheres mais conhecidas e poderosas do mundo também está entre as mais longevas. Entre todas, ela é a única a portar uma coroa por 70 anos. E o mundo celebra. Como assim, Bial? É que Elizabeth não é rainha só da Inglaterra. Quer ver?
Minha amiga Julieta me disse outro dia que curte Elizabeth “porque ela viu tudo e conheceu todo mundo”. É verdade. De Fidel a Tina Turner, de Anna Wintour a Madonna. TODOS já curvaram diante de Betinha. Chupa essa, Andy Warhol. Aliás, conheceu até Andy Warhol, cuja teoria dos 15 minutos não se aplicou à coroa que é avó de uma penca de principezinhos aí.
É um reinado para lá de pop. No mundo do cinema, ela já foi interpretada por Helen Mirren, Emma Thompson e Olivia Colman, só para falar de algumas que a memória me traz de cara. Nos festivais de música, no teatro, nos livros… falou em realeza, pensou na Rainha Elizabeth.
Minha mãe, do alto dos seus 70’s, comentou ontem: “Cresci vendo esta rainha no canal 100 nos cinemas”. Ela refere-se ao noticiário exibido antes das sessões nos anos 60. Retruquei dizendo que esta rainha é que cresceu sendo vista por todos nós.
Hoje, a Rainha sabe que será celebrada por seus súditos. Talvez ela não esperasse ser celebrada por tanta gente além das fronteiras do Reino Unido. É certo entender que monarquia não é uma coisa certa. Mas quando a rainha é a Elizabeth, aí pode! Long live the Queen!
PS: Charles, abdica aí para o William assumir, vai… Pinah, conversa com ele…