Taylor é vida!

Ronald Villardo
2 min readNov 17, 2023

--

Ao longo da semana, acompanhei podcasts, reportagens, postagens em redes que tentam desvendar o motivo da popularidade de Taylor Swift. Uma curiosidade legítima, uma vez que a americana de 33 anos assumiu uma posição nunca antes ocupada no panteão do pop. E antes que alguém a compare com Michael e Madonna, aviso que o caso de Taylor é único. A moça não apenas é um sucesso de vendas e execuções. Taylor mudou a indústria da música.

Em 2014, a cantora retirou todo o seu catálogo do Spotify, o principal tocador de música do século XXI, até agora. O motivo foi a baixa remuneração da plataforma aos artistas. Muita gente de terno reclamou. Executivos da música apostaram muitas fichas no fim da carreira da moça. “É insustentável”, me disse uma executiva experiente neste mercado.

Corta para 2023. Eu conto ou vocês contam?

Não satisfeita, Taylor também resolveu regravar todos os seus primeiros discos. A ideia inicial era uma releitura, que foi barrada pelos donos dos “masters”. Aos 14, Taylor assinou co tratos que davam à gravadora direitos sobre sua obra. Sem conseguir reverter a situação, ela resolveu regravar os primeiros trabalhos. Assim, pingaram nas redes as “Taylor’s versions”, que não passam de regravações daqueles títulos. Entre eles está o repertório de “1989”, de 2013, que alcançou os primeiros lugares da “Billboard” em questão de horas.

Taylor Swift parece ter surfado com brilhantismo na popularidade crescente das redes sociais no início dos anos 2010. Aos poucos, ao incentivar as pulseirinhas da amizade, por exemplo, ela foi mexendo com um dos sentimentos mais fortes do ser humano: a vontade de pertencer à alguma coisa. Não é incomum encontrar seitas que usam cordões, pulseiras ou outros símbolos que identifiquem seus membros. O mecanismo é mais ou menos o mesmo.

Felizmente, Taylor não é uma seita. Pelo contrário, é uma mulher que presta excelente serviço ao público jovem. Canta a liberdade, a independência, e de quebra ainda fortalece uma rede de apoio e companheirismo entre grupos tão vulneráveis quanto o adolescente do século 21.

Taylor é tech. Taylor é pop. Taylor é vida! E se alguém reclamar por aí, nem responda. Just shake it off.

--

--

No responses yet